Fernando III de Leão e Castela, nasceu nas festividades de São João, 24 de junho de 1201, em Zamora. Filho de Berenguela I de Castela (1180 - 1246, rainha de Castela desde 1217 e rainha de Leão entre 1197-1204) e de Alfonso IX de Leão (1171-1230, rei de Leão desde 1188). Ascendeu ao trono de Castela após a morte de seu avô Alfonso VIII de Castela (1155-1214, rei de Castela desde 1158/1169) e de seu tio Enrique I de Castela (1204-1217, rei de Castela desde 1214), por intervenção direta de sua mãe que abdicou da coroa em função da investidura do então jovem Fernando III.

Inserido em relações sociais importantes (redes de poder), principalmente, devido a sua mãe Berenguela I, teve suas primeiras núpcias com Beatriz da Suábia (1198-1235, rainha consorte de Castela desde 1226), e casou-se pela segunda vez com Joana de Ponthieu (c. XIII - 1279, rainha consorte de Castela desde 1237 até 1252).

Fernando III destaca-se por ser o unificador definitivo dos reinos de Castela e Leão em 1230, separados desde a morte de Alfonso VII em 1157. Foi conquistador da parte sul-peninsular, especialmente, os reinos da chamada Andaluzia histórica: Córdoba (1236), Múrcia (1241), Jaén (1246) e Sevilha (1248).

Iniciou transformações importantes no sistema político-legislativo que estabilizava a administração dos reinos, especialmente, ao instaurar o mesmo conjunto de leis gerais (o Fuero Juzgo) como código jurídico máximo de todo reino, o que possibilitou uma certa união administrativa no vasto território que foi conquistando e que estava sob sua administração.

Quando uma localidade era conquistada, sua administração era reorganizada a partir do documento denominado foral (Fuero, em espanhol). A partir dos aforamentos realizados por Fernando III na Andaluzia, acabou por criar uma região física e simbólica (imaginária) importante para a ação da monarquia ibérica, que também tentava controlar o excesso de poder que os senhores feudais estavam conquistando nessas localidades.

Quando morreu em 1252, deixou a região sul da península ibérica sob vassalagem ou tributação, ainda que ocupada física e administrativamente até o reino de Sevilha. Seu filho, Alfonso X de Castela, o Sábio, reforçou na epígrafe de seu pai a característica de conquistador de toda Espanha.